Na última semana acompanhamos diversas
opiniões sobre a situação do nosso país. Entre os pedidos, foi perceptível uma
forte corrente que solicitava o retorno dos militares ao poder, através de uma
intervenção militar. O cenário de insatisfação generalizada faz com que a
população queira mudanças, ainda que nem sempre tenha claro qual a melhor forma
de mudar. Sem dúvidas, não será com o retrocesso autoritário que conseguiremos
alcançar nosso objetivo. Precisamos avançar.
Após uma análise do cenário, reforcei
minha convicção de que o MDB deve dar continuidade a uma pauta que há mais de
um ano está esquecida. Defendo que o fortalecimento da democracia brasileira se
dará através da convocação de uma Constituinte exclusiva, soberana e revisora.
Uma constituinte que não seja formada pelos políticos profissionais ou pelo
Congresso Nacional em sua atual composição, mas sim por pessoas de todas as
áreas que possam debater o futuro do nosso país, sem os vícios e contaminações
do atual modelo político. Inclusive, que haja uma cláusula que impeça a eleição
dos constituintes por pelo menos oito anos depois da promulgação da nova
Constituição.
A Constituinte deve ser soberana, para
que possa promover as reformas que tanto sonhamos que saiam do papel. Seu
desafio será redesenhar o modelo de Estado, redefinir a republica e suas
responsabilidades, com um novo Pacto Federativo e uma reforma eleitoral e
tributária que garantam ao Brasil a governabilidade e a competitividade econômica
no cenário atual. É preciso uma revisão que extermine os excessos da atual
Constituição, que enxugue o tamanho da máquina pública, dando verdadeira
independência aos Poderes, sem deixar de definir seus limites de atuação,
sempre em prol do povo brasileiro.
A base do nosso partido precisa defender a
bandeira principal do velho MDB de Ulysses Guimarães, que é a utilização do
capital com responsabilidade social. Eu creio na democracia como o regime ideal
para se viver. Por isso, tenho convicção de que, ao completar três décadas,
nossa Constituição precisa ser revista, recriada, reformada e transformada,
para que os brasileiros possam ter, novamente, orgulho do país em que vivem.
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