Fazer uma análise de um período histórico é sempre muito mais fácil do que analisar o momento atual, já que as consequências do que aconteceu décadas atrás são conhecidas, mas as consequências e os rumos aos quais seremos levados pelos caminhos que seguimos hoje são incertezas. No entanto, não posso deixar de me manifestar sobre as manifestações de caminhoneiros – apoiadas pela maioria da população – que têm paralisado o Brasil com rapidez vertiginosa.
Primeiramente, é importante destacar que a causa é legítima. A insatisfação é o sentimento natural de um povo que enfrenta a burocracia estatal e uma das cargas tributárias mais pesadas do mundo, mas que recebe em troca serviços públicos muito abaixo do aceitável. Em momentos de crise, praticamente todos são afetados e veem suas perspectivas se deteriorando.
Em segundo lugar, devemos refletir sobre onde se quer chegar, e quais são as possibilidades reais de negociação. É inegável que o nosso país enfrenta dificuldades econômicas geradas por anos de irresponsabilidade fiscal e gastos acima da arrecadação. Por outro lado, milhões de desempregados e uma pirâmide etária em constante transformação criam desafios que precisam ser solucionados, não por este ou por aquele governo, mas por toda a sociedade.
É preciso que se mantenha a racionalidade, mesmo em um momento tão conturbado, de nervos à flor da pele e de insatisfação generalizada. Queixar-se de um problema não significa descobrir suas causas, muito menos solucioná-lo. Agora, ficar parado sem fazer nada é mais prejudicial.
Em 2013, foram os R$ 0,20. Hoje são os preços dos combustíveis. A democracia brasileira está avançando e não pode parar. Muitos acharam que o gigante tinha acordado e voltado a dormir. Hoje, graças aos caminhoneiros, vemos que o gigante está desperto e não tornará a adormecer. O que queremos, principalmente, é sermos respeitados!
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