sexta-feira, 15 de junho de 2018

A verdadeira mudança que o Brasil precisa


Na última semana acompanhamos diversas opiniões sobre a situação do nosso país. Entre os pedidos, foi perceptível uma forte corrente que solicitava o retorno dos militares ao poder, através de uma intervenção militar. O cenário de insatisfação generalizada faz com que a população queira mudanças, ainda que nem sempre tenha claro qual a melhor forma de mudar. Sem dúvidas, não será com o retrocesso autoritário que conseguiremos alcançar nosso objetivo. Precisamos avançar.
Após uma análise do cenário, reforcei minha convicção de que o MDB deve dar continuidade a uma pauta que há mais de um ano está esquecida. Defendo que o fortalecimento da democracia brasileira se dará através da convocação de uma Constituinte exclusiva, soberana e revisora. Uma constituinte que não seja formada pelos políticos profissionais ou pelo Congresso Nacional em sua atual composição, mas sim por pessoas de todas as áreas que possam debater o futuro do nosso país, sem os vícios e contaminações do atual modelo político. Inclusive, que haja uma cláusula que impeça a eleição dos constituintes por pelo menos oito anos depois da promulgação da nova Constituição.
A Constituinte deve ser soberana, para que possa promover as reformas que tanto sonhamos que saiam do papel. Seu desafio será redesenhar o modelo de Estado, redefinir a republica e suas responsabilidades, com um novo Pacto Federativo e uma reforma eleitoral e tributária que garantam ao Brasil a governabilidade e a competitividade econômica no cenário atual. É preciso uma revisão que extermine os excessos da atual Constituição, que enxugue o tamanho da máquina pública, dando verdadeira independência aos Poderes, sem deixar de definir seus limites de atuação, sempre em prol do povo brasileiro.
 A base do nosso partido precisa defender a bandeira principal do velho MDB de Ulysses Guimarães, que é a utilização do capital com responsabilidade social. Eu creio na democracia como o regime ideal para se viver. Por isso, tenho convicção de que, ao completar três décadas, nossa Constituição precisa ser revista, recriada, reformada e transformada, para que os brasileiros possam ter, novamente, orgulho do país em que vivem.

Para onde nos levam os caminhos trilhados?

Fazer uma análise de um período histórico é sempre muito mais fácil do que analisar o momento atual, já que as consequências do que aconteceu décadas atrás são conhecidas, mas as consequências e os rumos aos quais seremos levados pelos caminhos que seguimos hoje são incertezas. No entanto, não posso deixar de me manifestar sobre as manifestações de caminhoneiros – apoiadas pela maioria da população – que têm paralisado o Brasil com rapidez vertiginosa.

Primeiramente, é importante destacar que a causa é legítima. A insatisfação é o sentimento natural de um povo que enfrenta a burocracia estatal e uma das cargas tributárias mais pesadas do mundo, mas que recebe em troca serviços públicos muito abaixo do aceitável. Em momentos de crise, praticamente todos são afetados e veem suas perspectivas se deteriorando.

Em segundo lugar, devemos refletir sobre onde se quer chegar, e quais são as possibilidades reais de negociação. É inegável que o nosso país enfrenta dificuldades econômicas geradas por anos de irresponsabilidade fiscal e gastos acima da arrecadação. Por outro lado, milhões de desempregados e uma pirâmide etária em constante transformação criam desafios que precisam ser solucionados, não por este ou por aquele governo, mas por toda a sociedade.

É preciso que se mantenha a racionalidade, mesmo em um momento tão conturbado, de nervos à flor da pele e de insatisfação generalizada. Queixar-se de um problema não significa descobrir suas causas, muito menos solucioná-lo. Agora, ficar parado sem fazer nada é mais prejudicial.

Em 2013, foram os R$ 0,20. Hoje são os preços dos combustíveis. A democracia brasileira está avançando e não pode parar. Muitos acharam que o gigante tinha acordado e voltado a dormir. Hoje, graças aos caminhoneiros, vemos que o gigante está desperto e não tornará a adormecer. O que queremos, principalmente, é sermos respeitados!